domingo, outubro 22, 2006

Entrevista

Wander Wildner: uma década bebendo vinho


Com pouco mais de uma década de carreira, Wander Luiz Wildner é hoje um dos maiores nomes do rock gaúcho. Definido pela maioria de seus analistas como “visceral”, este virginiano, filho de alemães, se considera um estranho no ninho. Ao mesmo tempo em que é um astro capaz de esgotar as lotações das casas de show em que se apresenta, procura manter distância da vida pública, dos autógrafos e das fotos. E se, quando do lançamento do seu primeiro disco, ele mesmo se auto-intitulava “punk brega”, hoje torce o nariz para o que chama de “rótulo”. Justiça seja feita: Wander sempre admitiu seu lado contraditório. Em 2005, lançou “10 Anos Bebendo Vinho” - uma coletânea contendo seus hits indispensáveis, como “Empregada”, “Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo”, e claro, “Bebendo Vinho” -, mas diz já estar cansado de fazer música. Seus planos? Morar num lugar tranqüilo, uma praia pequena, bem longe da cidade grande. Talvez por lá ele consiga ser alegre o tempo inteiro.

Pergunta - Desde quando a música está presente na sua vida?
Wander - Eu, desde cedo, ouvia música. Meu pai –que trabalhava na Caldas Junior (empresa dona do Jornal Correio do Povo e da Rádio Guaíba)- tinha um radinho de pilha, e deixava ligado na Guaíba. Então, o rádio e o jornal eram as minhas fontes de informação. A música veio através do rádio mesmo. Na época, tocava Jovem Guarda, o Iê- Iê-Iê, música popular... Depois, como eu tinha o jornal, ficava sabendo o que acontecia em Porto Alegre, e aí comecei a freqüentar os shows na capital. Já nessa época, nos anos 70 –eu tinha uns 17 anos – havia uma Rádio, a Continental, que tocava músicas dos grupos daqui, como os Almôndegas (do qual saíram Kleiton e Kledir) e outros grupos, que faziam música folk, um som que não era rock, mas apenas canções. Estes grupos, junto com a Jovem Guarda e a música brega nacional, foram as minhas influências.

Pergunta - Então, você não é filho de músicos?
Wander - Não.

Pergunta - Antes da carreira musical, você também trabalhou como iluminador de peças teatrais no Rio de Janeiro...
Wander - Na verdade, eu trabalhava aqui. Antes dos Replicantes eu fiz teatro. Fazia parte um grupo teatral, como ator. Nós estávamos ensaiando uma peça, quando eu saí deste grupo. Depois, eu retornei, mas cuidando da iluminação, coisa que eu nunca tinha feito antes. Então comecei a cuidar da luz em teatro e shows. Depois, em 1983, eu fui para o Rio de Janeiro trabalhar na TVE, fazendo a produção do programa Para Começo de Conversa.

Pergunta - E esta foi a primeira vez que você saiu do Estado?
Wander - Eu já havia ido ao Rio antes, com a peça de teatro. Mas esta foi a primeira vez que morei fora, por um ano. A princípio, fui trabalhar nesse programa de TV, mas fiquei só um mês, e acabei trabalhando com iluminação de novo.

Pergunta - Por que você deixou a TV?
Wander - Eu não gostava de trabalhar no Rio. Nós fazíamos aqui um programa diário de 45 minutos. Lá, eu era o estagiário do assistente de produção, num programa mensal de uma hora de duração. Era outro mundo, que não compensava. Neste tempo, eu ficava na casa de uns amigos gaúchos, que faziam iluminação. Como eu já tinha experiência com este tipo de trabalho, comecei a trabalhar com eles, e fiquei um ano.

Pergunta - E como você entrou para os Replicantes?
Wander - Como eu fazia iluminação de shows, cheguei a trabalhar com os guris da Replicantes. Certa vez, brincando, falei para eles que um dia eu faria parte da banda. Em dezembro, quando voltei pra Porto Alegre, fui aos ensaios da banda, com uma guitarra, tentar uma chance. Mas eu não sabia tocar, e eles também só sabiam tocar daquela forma que haviam aprendido. Então, eles saíram de férias, e me deixaram uma fita K7 com sete músicas. Fiquei um mês ouvindo e cantando em cima. Quando chegaram, eu fui ao ensaio e cantei.

Pergunta - E nesta época vocês já tinham este elemento punk na banda?
Wander - Eles ouviam outras bandas punk. Eu já tinha ouvido Camisa de Vênus, em Salvador. Os guris, aqui, ouviam Sex Pistols, The Clash, Ramones... Então o som saiu parecido, mas nós não éramos punks, de maneira alguma.

Pergunta - Você participou também de outras bandas.
Wander - Sim, mas depois. Mais tarde, voltei para os Replicantes, e fiquei até agosto deste ano.

Pergunta - E agora a saída é definitiva?
Wander - Eu espero que sim (risos). Com certeza, não é o tipo de som que eu quero fazer.

Pergunta - Por que, então, você saiu e voltou?
Wander - Eu voltei porque eles me convidaram, quando o Carlos Gerbase (vocalista) saiu. Eu estava morando em Porto Alegre, já com a carreira solo firmada, e aceitei. Foi só mais um trabalho.

Pergunta - E como foi manter as duas carreiras ao mesmo tempo?
Wander - Até este ano conseguíamos conciliar. Agora ficou mais complicado, pois tenho mais shows solo para fazer. Mas eu saí da banda, realmente, porque já estava cansado de cantar aquelas músicas.

Pergunta - E como ficou a sua relação com os outros componentes da banda?
Wander - Igual. Nós já éramos amigos antes, e continuamos agora.

Pergunta - Como surgiu a história de você ser um “punk brega”?
Wander - Esse foi o rótulo que eu dei para o meu primeiro disco. Como não me enquadrava em nenhum estilo, criei este.

Pergunta - Mas até hoje você é lembrado como tal.
Wander - Ah, eu uso até hoje o e-mail punkbrega arroba tal, não mudei ainda. Então as pessoas acham que eu quero que me chamem assim, mas espero mudar o e-mail até o ano que vem.

Pergunta - Então, hoje, você não é mais punk brega?
Wander - Foi só o estilo de um disco, uma bobagem. É que as pessoas gostam de rótulos.

Pergunta - Mas, neste caso, foi você mesmo que se auto-rotulou.
Wander - Na verdade, foi só o disco. E foram só palavras. O problema é que as pessoas dão importância demais pra isso. No fim, é tudo música, somente música. A imprensa também, para simplificar, acostuma as pessoas com estes rótulos.

Pergunta - As bandas gaúchas têm, historicamente, dificuldades em ultrapassar as fronteiras do Estado. Como você explica esta empatia que o resto do país tem com o seu som?
Wander - Eu viajo muito, pelo Brasil todo. É assim que a minha música chega aos outros lugares. E o meu som é bem brasileiro, brega. Eu não sei explicar o que acontece, mas as pessoas se identificam.

Pergunta - Você participou do Acústico MTV Bandas Gaúchas (no qual participaram também as bandas Ultramen, Bidê ou Balde e Cachorro Grande). Isso também abriu muitas portas, não?
Wander - Claro. Todo trabalho no centro do país gera uma repercussão grande. Este ainda mais porque teve uma divulgação enorme, por se tratar a MTV de uma emissora musical, direcionada ao público jovem. Mas tudo isso é só música. E eu não sei nem quanto tempo eu vou continuar fazendo música. Eu já fiz outras coisas, e posso começar a fazer outras, a qualquer momento. É que a sociedade diz que as pessoas têm de ter uma carreira, mas eu não me importo com isso. Eu não faço parte desta sociedade. Apenas estou aqui, hoje. Já nem gosto muito de cidades grandes. Eu vivo numa sociedade alternativa, onde essas coisas, como nomes e definições, não têm importância. Eles fazem com que as pessoas estudem, trabalhem, tenham filhos, comprem um carro... Mas, desde os 14 anos, eu percebi que havia uma pressão pra que eu fizesse coisas que não gostava. Foi aí que eu comecei a procurar o diferente. Então, eu estou cantando agora, mas já estou pensando em fazer outras coisas.

Pergunta - Que outras coisas?
Wander - Estou pensando em fazer filmes. Quero produzir.

Pergunta - Que tipo de filme? Curtas, longas metragens?
Wander - Curtas, longas, médias, o que for. Eu quero contar histórias. Eu já trabalhei com Super 8. Aliás, eu comecei no cinema, participando de filmes. Participei do Deu Pra Ti Anos 70 (primeiro longa em Super 8 produzido no Estado), inclusive. Gosto de filmes porque é algo que se faz uma vez. Nos shows tenho que estar toda hora fazendo a mesma coisa.

Pergunta - Então, os shows vão terminar?
Wander - Eu vou reduzir os shows. Não é só pelo público que farei shows, eu também tenho que gostar. Hoje eu já não gosto tanto de fazer isso.

Pergunta - Você disse que não gosta de cidade grande. Você não gosta da cidade grande ou do público grande?
Wander - De tudo. Da cidade, do público...

Pergunta - E cidade grande seria o quê? Porto Alegre, por exemplo?
Wander - Não, qualquer uma que tenha mais de meia dúzia de pessoas (risos). Eu não gosto dessa sociedade, quero sair fora. Quero morar em outro lugar, mais tranqüilo – praia talvez - de onde eu saia só para os shows. Hoje as coisas não são como antes, as pessoas já não me interessam muito.

Pergunta - Você se cansa rápido das coisas?
Wander - Eu não gosto de como as coisas são. Não estou correndo atrás da mesma coisa que os outros. As pessoas estão aceitando esta sociedade.

Pergunta - A sua banda já fez uma turnê pela Europa. Como foi essa experiência?
Wander - Foi ótimo, é uma grande aventura. Ficamos um mês fazendo shows. É uma mistura de Rally, Survival e Big Brother (risos).

Pergunta - Mesmo as pessoas falando uma língua diferente, eles entendiam vocês?
Wander - Eles entendiam até mais do que aqui, porque a cultura é outra. O nível da nossa cultura é muito baixo, as pessoas querem só ouvir músicas conhecidas. Se num show, o artista toca uma música que não está nas rádios, o povo já deixa de prestar atenção, sai para comprar cerveja. Até o meu público faz isso. Se eu tocar uma música nova hoje, menos de metade das pessoas vai prestar atenção. Vão começar a conversar, ou ir para o bar. Na Europa, o povo é diferente. Começa o show, eles prestam atenção, começam a se mexer, dançar e, no fim, já querem aprender a letra. Claro, eles têm dois mil anos. Nós temos só 500, e ainda tivemos uma colonização escrota.

Pergunta - E dos lugares que visitou (Nova Zelândia, Alemanha), algum te chamou mais atenção?
Wander - Todos (risos). Tudo lá é bonito. Todos têm dinheiro, educação, vivem bem. Não posso escolher um lugar porque todos são parecidos. Claro, havia um local ou outro onde o som não era bom, mas, no geral, tudo era legal.

Pergunta - Você está, então, há dez anos bebendo vinho. Hoje, que sabor teria o seu vinho?
Wander - Ah (risos)! Acho que seria um Cabernet Sauvignon, da África do Sul. Foi o melhor vinho que tomei nos últimos anos.

Pergunta - Você bebe muito vinho, ou é lenda?
Wander - Não, eu bebo bons vinhos (risos). Às vezes, abro uma garrafa e bebo metade no almoço, depois metade no jantar.

Pergunta - Em 2005, você lançou a coletânea “10 Anos Bebendo Vinho”. Como foi fazer a seleção das músicas?
Wander - Tive problemas com a liberação dos direitos autorais. Para liberar, exigiam que eu pagasse adiantando, o que seria inviável. Então, só pude pôr as músicas de minha autoria, e umas poucas outras, que consegui liberar sem o bendito pagamento prévio. Mas algumas músicas, como “Quase Um Alcoólatra”, tiveram que ficar de fora. Como sairiam cinco mil cópias, teríamos que pagar dois mil reais por cada música. O direito autoral que você paga em um disco independente é seis vezes maior do que as gravadoras pagam.

Pergunta – Os seus shows, principalmente em cidades menores, são um grande acontecimento. O que você acha dessa adoração que o público tem pela sua pessoa?
Wander – Pois é, em todo lugar tem sido assim, é uma reação comum das pessoas. Mas hoje é assim, essa nova geração está muito mais interessada na imagem, na pessoa, do que na música. A pressão dos fãs é uma coisa que me incomoda muito. Eles querem tirar foto ou pedir autógrafo só porque estão próximos de uma pessoa dita “conhecida”. Considero isso uma pobreza imensa.

Pergunta – Mas a imagem não é importante?
Wander: Sei lá. Não tenho vontade de falar com um artista só porque o admiro profissionalmente. Não quero conhecê-lo como pessoa, entende? Talvez nem seja positivo, talvez o melhor seja ficar só com a música. Deve-se conhecer alguém por amizade, por relação, e não apenas pela música. Não quero conhecer o Bob Dylan, ou o Neil Young, eu não quero falar com eles. Claro, se eu estiver e nós formos apresentados por amigos, ou se o pneu de algum deles furou no meio da estrada e eu parei para ajudá-los, aí é outra coisa. Mas não vou conversar com alguém só por ele ser artista. Mas é porque eu sou mais antigo. Na nossa época, quando os Replicantes surgiram, ninguém vinha pedir autógrafo. Mas hoje a mídia inventa essa história pobre. E como as pessoas já estavam pobres, com a cultura prejudicada, estão aceitando tudo que vem.

Pergunta: Mas os fãs querem ter uma recordação do ídolo. Você, como artista, não deveria compreender os mecanismos desta troca?
Wander: Eu entendo que eles são manipulados, mas também que se deixam manipular. Esse é o conflito, porque prejudica todo mundo, eles e a mim. É por isso que eu já não tenho mais vontade de cantar. Por isso vou fazer menos shows, e parar daqui a um tempo. Vou fazer como o Ney Lisboa, sair de casa só por quinze “pila”. Vou pedir um valor alto só para não precisar sair, sabendo que ninguém vai pagar esse preço (risos).

Pergunta: E quais são os seus projetos próximos?
Wander: Até novembro vou terminar de gravar o disco novo, que será lançado em março. Vai se chamar “La Canción Inesperada”.

Pergunta: Você fará turnê?
Wander: Sim, faremos shows, espero que não muitos (risos).

Pergunta: A Marisa Monte tem uma vida discreta, lançando um CD a cada três anos. Não seria uma boa idéia a ser seguida?
Wander: Eu não sei. Não componho há mais de dois anos. As músicas que vou gravar agora estão prontas há muito tempo. Provavelmente, quando eu terminar esta turnê, não haverá nenhuma música nova. Depois, pretendo lançar um DVD, com todos os clipes da minha carreira. Em 2008, devo passar três meses na Europa. Pelo menos essa é a idéia, mas são apenas planos. Talvez eu me apaixone, case e largue tudo antes até de terminar o próximo disco. Pode ser que eu compre um cachorro e queira criá-lo na praia. Então, por causa do cão não poderei viajar (risos).

sexta-feira, setembro 22, 2006

Tudo que você queria saber sobre o amor, mas tinha medo de perguntar

Posso começar esse texto afirmando, que não entendo nada sobre o amor, com certeza sou a pessoa menos indicada pra tratar desse assunto, as pessoas podem perguntar o porquê desse assunto ser tão desconhecido por este que vos escreve, simples nunca amei, de verdade, vivo esse “problema”, nunca amei ninguém (este amor a qual me refiro é aquele que sentimos por outras pessoas no sentido sexual, amor familiar não será tratado). Tudo bem tenho uma facilidade tremenda de me “apaixonar”, ponho aspas nessa palavra, pois me apaixonar eu não me apaixono, na verdade eu crio ilusões na minha cabeça, que me fazem pensar que sinto algo a mais por determinada garota, como diria Joel Barish “por que eu me apaixono por toda mulher que demonstra dar um mínimo de atenção pra mim”, mas como eu já afirmei, entende-se isso como uma falsa paixão, e é isso que eu costumo sentir, mas o que eu sinto não importa.

Mas agora vocês perguntam, por que esse babaca está aqui pra falar sobre o amor??? Na verdade o titulo é apenas uma citação ao nome de um filme de Woody Allen “Tudo que você queria saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar”, pois posso afirmar que dúvida nenhuma irão tirar ao ler este texto, é mais fácil vocês saírem com mais dúvidas do que entraram, pois este texto serve pra eu dar vazão as minhas dúvidas, e também expor minhas opiniões, usarei de meu embasamento cinematográfico, que na verdade é minúsculo, e de assistir de fora relacionamentos alheios, pois não usarei os meus, simplesmente porque eles não existem.

O que se pode entender a respeito deste sentimento que ninguém entende? Na verdade nada, todos tentam mostrá-lo de diversas maneiras, em filmes, livros, peças de Teatro e etc, mas nenhum teve como objetivo, conceituar o sentimento, deve ser porque isso é uma tarefa quase impossível. Mas por que nós, humanos, sentimos tanto a necessidade de amar e ser amado? Coisa inexplicável essa.

Algumas vezes acho improvável demais duas pessoas se amarem, de verdade, acho difícil, duas pessoas que se amam se encontrar no mundo, na verdade penso que um pode amar, mas o outro em solidariedade a esse sentimento, na verdade tudo isso que eu escrevi nesse último parágrafo, deve ser a maior besteira já escrita em parágrafos na terra, mas as vezes eu penso nisso, e queria expor aqui para ver se não sou o único a pensar assim.

Haverá um sentimento mais belo que esse, acho improvável, mas haverá um mais complexo que este, também acho difícil, será que existe realmente esse sentimento? Será que não é apenas uma obra da sociedade, as vezes penso que sim, mas normalmente penso que não, tenho uma visão romântica do amor, deve ser porque eu vi muitos filmes que tratavam dele, como no “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”, haverá um amor inesquecível, será que existe esse amor, será que mesmo tu tendo tua memória apagada, tu se apaixonará novamente pela mesma pessoa, independente da situação que esta se apresenta, seria lindo, mas nem tudo são flores. Há varias maneiras de se demonstrar o amor, muitas nem são tão amorosas assim, há pessoas que fazem a pessoa que ama sofrer, há pessoas que não sabem amar, há de tudo no amor.

Não vou me alongar muito, creio que tudo que eu disser será em vão, serei piegas agora, não desistam do amor, nunca mesmo, eu mesmo, que sou o maior fracasso no amor, não desisti ainda, nesse momento, pelos meus cálculos, estou enamorado por alguma menina, ou duas, de repente sejam elas, e continuo acreditando, não ajo, mas acredito, eu sou uma vergonha no amor, mas tenho certeza que alguma moça, um dia, não se importará com os meus defeitos, me dará a chance de ama-la, e me amará também. Cara, nem eu sabia que era tão romântico, até chorei escrevendo esse texto, brincadeirinha.

E como diria Douglas Adams, "para voar, basta errar o chão"
Muito obrigado pela atenção de todos.

terça-feira, agosto 29, 2006

Critica de cinema: Anjos do Sol

Seja bem vinda a cidade maravilhosa! Frase desferida sarcasticamente por uma cafetina, referindo-se ao Rio de Janeiro. Creio que a frase. Seja bem vinda ao país maravilhoso! Remete mais ao sofrimento vivido pela protagonista Maria.

O filme conta à história de Maria, garota de 12 anos que foi vendida pelo pai para um homem que a leva como mercadoria, junto com outras meninas, para uma cafetina que, logo na noite de sua chegada, faz um leilão das garotas e vende Maria e outra menina para um fazendeiro por três mil e quinhentos reais. Fazendeiro esse que comprou as meninas para presentear seu filho, pelo seu aniversario de 15 anos, de modo com que ele possa perder a virgindade. As garotas não agradam muito o fazendeiro, que no outro dia já exporta elas para uma boate, que de onde é impossível fugir, assim diz o cafetão Saraiva. Inspirado em varias histórias reais.

Boas atuações e algumas caricatas podem ser vistas na película, Antônio Caloni, como o cafetão Saraiva, mostra um ótimo trabalho, contido quando deve ser contido e muito visceral quando assim deve ser, ao contrario de Chico Diaz, na pele do comprador de meninas Tadeu, está extremamente caricato, nota-se que o ator se esforça, mas o personagem estava fadado a caricatura, pena, pois o ator sempre se apresenta bem quando possível. A menina Fernanda Carvalho faz uma atuação correta, no papel da menina Maria, surpreende sabendo-se que a menina tem apenas 14 anos e este é seu primeiro papel no cinema.

O diretor, que também assina o roteiro, mostra uma direção contida, não usando de cenas de sexo explicito, mesmo sendo um filme sobre prostituição. Isso se deve a não querer provocar polemica, também para diminuir a classificação do filme, podendo assim ser passado nas grandes emissoras de TV. Nota-se também, uma falta de competência por parte da equipe de maquiagem, quando tenta mostrar cortes nos rostos das meninas e fica notável a superficialidade.

A verdade que é demonstrada durante a projeção é aquela que os políticos não falam em suas campanhas, é aquela que não é mostrada nas pesquisas do senso. Sim a verdade das cidades ribeirinhas, do underground da cidade grande, nas beiras de estrada em que os caminhoneiros são uma companhia constante, das fazendas espalhadas pelo país. Uma verdade que os meios de comunicação insistem em não mostrar. A verdade de crianças na maioria analfabetas, como diz o cafetão: melhor porque putinha letrada fica difícil de controlar, que vivem como escravas sexuais sem direito algum, que almejam um dia um lugar ao sol.

É um filme correto, mas peca em alguns detalhes, funciona da maneira que é apresentado, mas deixa a desejar em detalhes. Mas vale como denuncia, de um Brasil pouco conhecido aos olhos do povo.

(“Anjos do sol”- Brasil – 2006 - Direção: Rudi Lagemann – Com Antônio Caloni, Chico Diaz, Vera Holtz, Otavio Augusto, Fernanda Carvalho)

domingo, agosto 27, 2006

Sobre ter dois braços...

A madrugada é longa demais. Vira de lá pra cá, daqui pra lá, troca o lado da cama, talvez os pés na cabeceira a ajudem a dormir, já que agora a cabeça fica mais próxima da luz colorida exibida pela TV – que está no volume seis. Falando em aparelho televisor, ela ouve apenas um sonido distante da programação. É algum clipe na MTV, de alguma nova banda, tocando algum som parecido com tudo o que já ouviu antes. Provavelmente é um grupo londrino, pensa, disposto a salvar o rock. Mal sabem eles que não há música possível após os Beatles – e nem antes.

Em quase vinte anos de vida (uia!), ainda não sabe qual é a melhor posição para dormir. Se eu pudesse arrancar os braços, meus problemas estariam resolvidos, conclui, triunfalmente, crendo-se genial. Mas como isso é só incongruência, tenta atalhar por outro meio. Sabe que deitar de bruços é o melhor, mas acorda sempre com dor no pescoço, pois passa a noite toda com a cabeça virada para a direita ou esquerda, em cima do travesseiro alto. Tenta ficar de lado, mas logo sente o braço dormente, e desiste. Por que não dormir de barriga para cima? São muitas as razões para não o fazer. Sente-se mais desprotegida, mais a mercê. Parece que a qualquer momento alguém pode vir e cravar-lhe um punhal no coração, ou na pança... Não que uma punhalada nas costas não fosse doer, podia até ficar paralítica, aliás. Se bem que punhalada nas costas só existe em sentido figurado, pois nunca se apercebeu de alguém que tivesse sofrido uma punhalada na parte traseira, no sentido denotativo da coisa. “Sentido denotativo” lembra Português, que lembra livro, que lembra Literatura. Melhor levantar e ir ler...

Teria Jesus um gene X???

Hoje, depois de longos dois anos e meio de seca, no que diz respeito a bebidas alcoólicas, bebi algumas doses de vodca e cheguei a conclusão de como é bom não beber, não senti a mínima saudade deste ato. Não entendam como moralismo, mas sim um ser humano que não tem mais o corpo preparado para ingerir bebidas alcoólicas, creio que ele tornou-se resistente a tal ato, devido ao grande porre de dois anos e meio atrás, mas não pensem que porre tomei esta vez, apenas bebi para chegar a conclusão de que não necessito mais disso.

E por que eu escrevi tudo isso aí em cima??? Não sei mesmo, deve ser porque eu gostaria de compartilhar com vocês essa experiência tão reveladora, mas vamos ao que interessa. Por que nunca foi pensado que Jesus Cristo (também conhecido como filho de Deus), poderia ser um detentor do gene X, e não um milagreiro, sim um mutante que não tinha nenhum Charles Xavier para guia-lo, será que tudo que nos foi ensinado desde criança, é um grande engano da humanidade, ou da humanidade daquela época, ou até mesmo de Jesus Cristo, creio que ele ouvia vozes, lhe diziam que era o filho de Deus, mas na verdade era apenas um delírio de um homem que tinha a fome e o calor como aspectos presentes em sua existência, que para quem não sabe geram delírios. Se hoje em dia o homem intitulado salvador nascesse iria juntar-se a Wolverine e os outros, em sua busca pela verdade e a harmonia entre os humanos e os mutantes, seria mais um X-men. Mas nesse momento penso, qual ator seria capaz de atuar no papel de Jesus nos filmes do X-men, e qual seria seu nome de mutante, será que ele ficaria bem naqueles uniformes coladinhos, haveria uma pecadora que ele protegeria com a seguinte frase " que atire a primeira pedra quem nunca pecou" e com ela poderia manter um relacionamento, podendo até chama-la de sua. Sim, essas são perguntas que intrigariam a humanidade, mas não cabe a mim responder a elas.

Coisas, como esta que eu acabei de citar aí em cima, nunca intrigaram você??? A mim sim, e por isso venho por meio deste dizer, que coisas que nós pensamos ser verdade a vida inteira, pode ser um mero engano ou uma grande mentira. Como quando na minha aula de biologia a professora me veio com a história de que as Tartarugas Ninja não eram tartarugas e sim jabutis, com essa colocação estragando minha infância, mas me diz qual seria a graça do desenho se o nome fosse Jabutis Ninja, mentiras assim são contadas toda hora, ou enganos acontecem, mesmo eles podendo gerar maremotos em nossas vidas, Teoria do Caos acredito ser isto.

Coisas que acreditamos ser verdade podem não ser, mais um enigma que nos é envolto, o que é verdade e o que não é, depende do pontode vista, da mesma maneira do certo e errado, isso é muito relativo, mas na verdade o que não é.

P.S. Cristãos que não entenderam a profundidade da minha colocação e acharam que aquilo que eu disse a respeito de Jesus fosse uma afronta a suas crenças, não se preocupem, apenas usei aquele exemplo para dar vazão aos meus pensamentos. Pois se ele fosse um mutante ele seria o mais foda de todos, pois ele seria capaz de ressuscitar os mortos, caminhar sobre a água, transformar água em vinho, pelo menos estás são as coisas que eu conheço, que dizem que ele fez, pensando bem o Moises seria muito mais forte, cara ele abriu o mar. Mutante ou não mutante, não irei me por contra as crenças dos outros.

Até mais, outro momento eu venho discutir com vocês assuntos sobre a vida o universo e tudo mais.

sábado, agosto 26, 2006

Crítica: Clube da Lua



"Pelotudo" ou pelo nada...

A arte imita a vida e a vida imita a arte. E o Cinema, que é arte, é também vida. Por que não dizer, então, que o Cinema é a “arte da vida”? Transformar a expressão em aforismo (uhu!) não é tarefa fácil, pois nem sempre os filmes retratam a vida real nossa, do cidadão comum. Afinal, como arte, o Cinema também pode ser fantasia, quimeras, pode representar não o que somos, mas o que gostaríamos de ser, ou o que poderíamos chegar a ser. Pois bem, a mais recente obra do argentino Juan José Campanella, “Clube da Lua”, é representante exatamente do primeiro grupo, o do “cine-vida”, e como de costume na vida do diretor, se sai muito bem.

A película conta a trajetória do “Luna de Avellaneda”, clube de dança fundado na Argentina próspera dos anos 40 e que, cinco décadas depois, vive dias de ruína, reflexo da crise econômica enfrentada pelo país. Román (vivido pelo sempre expressivo Ricardo Darín), com a ajuda de outros amigos, luta para reerguer o clube e preservar a história de glória que o local construiu ao longo do tempo. Por outro lado, ele tenta superar a crise gerada pelo desgaste de um casamento de 20 anos. E é justamente por retratar com fidelidade a derrocada da classe média Argentina nos anos 90, sem perder o bom humor, que a trama se aproxima do espectador.

Impossível não sentir intimidade com os tipos retratados, verdadeiramente humanos, com defeitos e qualidades, com falhas de caráter, como qualquer um de nós. Assim, quando um personagem sai para comprar um perfume importado, pensando que isto vai mudar sua vida, espanta-se com o valor do produto, e acaba levando o que tem o preço mais baixo da loja. É mais barato, é pior, mas ainda assim é um perfume. A metáfora será explicada logo depois, em um diálogo, em que outra personagem sugere que as pessoas se acostumam com cada vez menos, aceitam sempre o pior, desde que o objeto seja um pouco parecido com o que queriam no início, mas esquecem o motivo principal da busca: mudar a própria vida, ou pelo menos melhorá-la. Quantas vezes determinamos a mudança de nossas vidas à dieta que começaremos na próxima segunda-feira, que nos fará perder cinco quilos e nos tornará felizes de verdade? E depois de três meses, o que é que sobra? Humanos, demasiado humanos...

Outro ponto: o longa oferece uma visão não tão bela da poética Buenos Aires. Através da menina Dalma, que chega ao clube procurando comida, nos é mostrado o lado mais pobre da cidade. Vemos sujeira, paisagens desfeitas e descaso social. Nada que não conheçamos daqui, mas sempre uma surpresa quando tratamos de um país tão mais avançado nas questões básicas. Campanella também faz um trabalho impressionante ao retratar, quase simultaneamente aos fatos reais (afinal, o filme é de 2004), o empobrecimento da classe média portenha, e as dificuldades desta para suportar a nova vida, o “corre-corre” para pagar a conta do telefone ou o dentista. Hermanos, demasiado hermanos...

Porém, mesmo com qualidades inegáveis, este é o filme mais fraco da trilogia “metáfora social” estrelada pelo trio Campanella-Darín-Blanco. Precedido pelos maravilhosos (e mui belos) “O Mesmo Amor, A Mesma Chuva” (1999) e “O Filho da Noiva” (2001), o trabalho mais recente é demasiado longo (145 min. de duração) e, por vezes, beira ao piegas. Nada que não possa ser sobrepujado pelas atuações exuberantes de Darín, Blanco (sempre o mais engraçado) e o elenco de estrelas argentinas, mas ainda assim, perde no conjunto da obra, por tratar-se mais de uma película de detalhes, enquanto as anteriores primavam pela uniformidade da trama.

Com seus defeitinhos (talvez o maior deles seja o fato de estarmos mal-acostumados com as primorosas obras anteriores do diretor), mas, principalmente, com seu enorme realismo e sensibilidade, “Clube da Lua” torna-se um filme essencial, seja para invejarmos os “trocentos” anos-luz que o cinema argentino está à nossa frente, ou apenas para nos depararmos com personagens que facilmente poderiam ser transportados para as nossas vãs realidades.

(“Luna de Avellaneda” – Argentina - 2004. Direção: Juan José Campanella. Com Ricardo Darín e Eduardo Blanco)

sexta-feira, agosto 25, 2006

Onde estão os bons desenhos da TV aberta???

Apenas o Bob esponja e as Meninas Super Poderosas prestam, dessa nova leva de desenhos, onde estão clássicos como Doug, Smurfs, Nossa turma, Ursinhos carinhosos, Cavalo de fogo, Ursinhos Gummy e etc...; Por que insistem em por desenhos como Três espias demais, Martin mistery e outros lixos que eu não faço questão de assistir.

Este que vôs escreve, tem um grande apreço por desenhos animados, e resolveu postar seu primeiro texto sobre este problema que assola a infância de muitos, por que não põem no ar desenhos de qualidade??? Qual o problema com os empresarios televisivos têm em pôr no ar, bons desenhos, que ajudarão a formar o caráter e a cultura das crianças??? Haverá algum problema com esses criadores de desenhos que não têm noção das merdas que estão criando???

E sem falar nos animes, o último descente que passou foi Yu-gi-oh, descente pois nada de espetacular pode ser visto nele, mas onde estão Yuyu-hakusho, Super campeões, Shurato, Dragon Ball, Buck, Cavaleiros do Zodiaco (apezar de ter passado na band, mas não mantiveram no ar apesar do sucesso).

Escrevo isso apenas para demontrar minha raiva, pois é isso que eu sinto raiva e dó das crianças que não terão nenhum Doug Funnie sendo Homem-Codorna ou tentando impressionar a Patty Maionese, nenhum Bobby e o Capitão Squash, os Ursinhos Gummy tomando o suco Gummy, o Presto errando suas magias, o Papai Smurf e seus conselhos, o Hyoga dando Execussão Aurora, uma formação mandala, uma fusão, uma transformação do Kurama em Yokko. Coisas assim, tão edificantes, crianças não presenciarão, se não houver nenhum tipo de atitude por parte dos empresários de televisão.

So long, and thanks for all the fish...